terça-feira, 30 de março de 2021
A Tigela de Madeira
Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes. A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.
Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
O filho e a nora irritaram-se com a bagunça. "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho." "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão." Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha.
Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:
- "O que você está fazendo?" O menino respondeu docemente:
- "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer."
O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.
Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos.
Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família.
E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um
garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.
Não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.
De uma forma positiva, devemos aprender que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor. Viver não é só receber, é também dar e se você procurar a felicidade, vai se iludir, mas, se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.
(Desconheço a autoria)
sábado, 27 de março de 2021
Dr. Nazareno
Adriano era um empresário bem sucedido que vivia em constante conflito existencial e espiritual. Apesar de pertencer a uma família tradicionalmente católica, e parte de sua educação escolar ter sido em instituições com viés católico, tinha muitas dúvidas sobre a existência de uma divindade ou um ser superior. Não frequentava templos e não se imiscuía em questões religiosas, não se assumia propriamente ateu e declarava-se agnóstico, já que não possuía conhecimentos ou evidências da existência de Deus. Era partidário de uma corrente espiritual que pregava o materialismo e fazia questão de propagar nos seus círculos sociais ser parte do grupo das pessoas declaradas sem religião – 12% da população mundial.
Na parede de seu escritório, num
quadro com moldura fina e letras
douradas, destacava-se uma frase
ateísta sem identificação da autoria: "Sabe
o que acontece quando não se acredita em Deus? Nada!". Para justificar seu ceticismo quanto à
existência Divina, comentava que conhecia várias histórias para embasar essa
incredulidade, como a de um amigo evangélico que perdeu um filho, vítima de um
assalto no caminho da escola para
casa, ao se recusar a entregar para o
assaltante o seu telefone celular, presente
do avô quando completou 15 anos. A partir daí viu seu amigo se desviar da religião e mudar a forma
de ver Deus. Comentava também que quando
o cantor Cristiano Araújo sofreu o acidente e veio a falecer, o pai dele, João Reis, lamentou a morte do filho
e questionou a existência de Deus, já que orava todos os dias pedindo a companhia
e proteção dEle nas viagens do Cristiano. Depois disso, passou a se perguntar:
“Será que Deus existe?".
Adriano levava uma vida
sedentária, trabalhava até tarde da noite, e não se alimentava de forma regular e saudável. Vida social e
família ficavam em segundo plano. Semana
passada, após mais um dia de intensa atividade na empresa, passou mal: suava
frio e sentia desconforto em um dos braços,
bem como náuseas e vômito – sintomas de infarto. Ligou para o seu médico
que determinou de imediato a sua internação. Chamou o SAMU – Serviço de
Atendimento Médico de Urgência que prestou os primeiros socorros e o conduziu
ao hospital. Atendido com a urgência que a situação exigia, foram infrutíferas
todas as tentativas de salvá-lo e, algumas horas depois, sem que os sinais
vitais voltassem, a equipe médica se reuniu, chamou a família e informou:
- “ O coração não dá mais sinais de batimentos,
está sem contratividade e não há mais nada que a medicina possa fazer”.
Enquanto se estava providenciado
os protocolos para oficializar a
sua morte, chegou a informação de que o sr. Adriano voltou a respirar. Houve correria,
perplexidade e, constatado o fato, todos foram unânimes em afirmar:
-
“ Só pode ser milagre de Deus! ”
.
Depois que o Adriano recebeu
alta, visitei-o em sua casa ainda em processo de convalescência. Contou-me que
depois que entrou na ambulância sua memória apagou, e somente recobrou os sentidos numa cama hospitalar, numa
sala com paredes brancas, muito iluminada, onde se ouvia em tom suave, uma
música clássica que parecia ser tocada por uma harpa.
E continuou:
-
“De repente entrou um
senhor, que diferentemente do tradicional pijama cirúrgico na cor verde,
estava vestido com uma indumentária religiosa toda branca. Na altura do seu peito
esquerdo podia-se ler: Dr. Nazareno. Colocou o estetoscópio no meu tórax, fez a
auscultação dos meus batimentos cardíacos
e avisou-me que as minhas funções cardiovasculares estavam normalizadas e iria autorizar a minha alta. Senti naquele momento um misto de alegria e satisfação”.
Contou-me ainda que quando estava de saída do hospital, procurou pelo Dr. Nazareno para agradecê-lo,
mas fora informado que não havia nenhum
médico registrado naquele hospital com este nome e ai seu sentimento foi de
surpresa e comoção. Ciente do seu
ceticismo e incredulidade religiosa, evitei debater o tema e fazer questionamentos sobre os tais
relatos.
Ontem, recebi o convite para
assistir à uma missa de Ação de Graças pela sua total recuperação. Como ele
havia retomado à sua rotina profissional, fui ao seu escritório para
agradecê-lo pelo convite e externar minha satisfação em vê-lo
recuperado e contemplado com uma nova
oportunidade de vida.
- Você ainda tem dúvidas da
existência de um ser superior?
Quis perguntar, mas recuei quando percebi
que a resposta estava bem ali na frente. O mesmo quadro com moldura fina e letras douradas agora ostentava uma
nova frase: “ A tua palavra é lâmpada
que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho" ( Salmos
119.105).
quinta-feira, 4 de março de 2021
“Está morrendo a geração de ferro, para dar passagem à geração de cristal"
Quem é a geração de ferro?
- Aqueles que chamávamos de “senhor” e “senhora”, porque “você” é para “seus amiguinhos”.
- A geração que não estudou porque precisava trabalhar para ajudar os pais, depois para realizar o sonho da casa própria, sustentar a família... mas chorou de emoção e orgulho na formatura dos filhos.
- A geração que antes da 22:00h colocava todo mundo na cama, ajeitava o cobertor, dava um beijo de boa noite depois de rezar junto, porque “ninguém deve dormir sem rezar, não somos bichos.”
- Aqueles que nunca viram uma carreira de cocaína, nem precisavam de comprimidos, ou energéticos para rir e dançar a noite inteira, mas não ousavam tomar manga com leite.
- E ninguém saía, ou entrava em casa sem “a bênção”... e isso fazia toda diferença.
- A geração que nunca sonhou com a Disneylândia, porque divertido mesmo era ficar na calçada com os vizinhos, contando causos enquanto ficavam “de olho nas crianças”.
- A geração que guardava o troco de moedas no cofrinho, mas não economizava nas festas de aniversário – um bolo, sanduiche, brigadeiro e suco. Sem DJ, só o som das crianças brincando e a risada dos parentes e amigos.
- A geração que anotava as dívidas na caderneta e ansiava pelo dia do pagamento para quitar todas as dívidas, porque “esse dinheiro não é meu”.
Está morrendo a geração que pagou para ver; bancou os seus sonhos e sonhou os sonhos dos filhos; sorvete era para dias especiais e comer arroz e feijão era a regra para crescer forte, porque "saco vazio não pára em pé.".
- A geração que fez do trabalho o objetivo de vida, não soube o que eram férias e passear na praça com os amigos era uma aventura deliciosa, que rendia incontáveis fofocas e segredos.
- A geração que sempre deixou o último bolinho para os filhos, mas amargou a saudade e o medo, quando esses filhos não tiveram mais tempo para eles.
- A geração que pagou todas as contas, mas não imaginou que envelhecer seria tão caro e os filhos não estariam dispostos a dividir essa conta.
- A geração que soube arrancar comida e esperança de pedra, para cuidar da família, mas esqueceu de cuidar de si mesmo.
- A geração que sem estudos educou seus filhos. Aquela que, apesar da falta de tudo, nunca permitiu que faltasse o indispensável em casa.
Aquela que ensinou valores, começando por amor e respeito. As pessoas que ensinavam aos homens o valor de uma mulher. E às mulheres o respeito pelos homens.
Estão morrendo os que podiam viver com poucos luxos sem se sentir frustrados com isso. Aqueles que trabalharam desde tenra idade e ensinaram o valor das coisas, não o preço.
Estão morrendo os que passaram por mil dificuldades e sem desistir nos ensinaram a viver com dignidade. Aqueles que depois de uma vida de sacrifícios e agruras vão com as mãos enrugadas, mas a testa erguida. A geração que nos ensinou a viver sem medo está morrendo.
Ela está morrendo, A geração que nos deu a vida
(Desconheço a autoria)