terça-feira, 30 de abril de 2024

O engano do Psicólogo

 

Certa vez um psicólogo
Atendeu um cidadão
Se dizendo acometido
De uma grande depressão.
Cabisbaixo, pessimista,
Conta ao especialista
A sua situação.
 
- Doutor, não estou prestando
Pra mais nada nesta vida.
Tudo pra mim é tristeza.
A minha única saída
É o cigarro, eu assumo.
Em poucas horas eu fumo
Não sei quantos em seguida.
 
O psicólogo falou:
- Seu estresse é violento.
Você tome esses remédios,
Mas pra ficar cem por cento,
Eu não lhe engano, porque,
Depende mais de você
Do que do medicamento.
 
- Onde tiver uma festa
Vá pra ver se muda o clima.
Quem sabe você por lá
Não se distrai, não se anima...
E volta a ser o que era.
Aí você recupera
Toda a sua autoestima.
 
- Inclusive estou sabendo
Que está aqui na cidade
Um circo cujo espetáculo
É de ótima qualidade.
Você deveria ir,
Que além de se divertir
Sai da ociosidade.
 
- Tem o palhaço Biriba,
O melhor da companhia.
Vá assisti-lo de perto,
Veja quanta simpatia
Em cima do picadeiro,
Transformando o circo inteiro
Em um mundo de alegria.
 
- Vá com a sua família,
Convide os seus camaradas.
Vá ver Biriba contando
Engraçadíssimas piadas,
Que mesmo assim depressivo
Você vai achar motivo
Pra dar boas gargalhadas.
 
- Doutor, o senhor não sabe
O que foi que aconteceu!
Com todos estes conselhos,
Que agora o senhor me deu,
Aumentou minha tortura...
Doutor, meu mal não tem cura
Pois o palhaço sou eu.




Autor: Jorge Macêdo - Repentista, Cordelista, Declamador e Compositor Cearense.

A vida precisa do vazio


A lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta.
A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida.
Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito.
E as pessoas, para serem belas e amadas, precisam ter um vazio dentro delas.
Muitos acham o contrário; pensa que o bom é ser cheio.
Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria e falam sem parar.
São chatas, quando não são autoritárias.
Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar.
A essas pessoas é fácil amar.
Elas estão cheias de vazio.
E é no vazio da distância que vive a saudade.




(Desconheço a Autoria)

domingo, 17 de março de 2024

Celebração da Vida

Será que a despedida final precisa ser sempre triste e solitária?

Quem já se despediu de um amor, de alguém muito querido, certamente irá dizer que é uma situação muito difícil.

Dependendo do gênero de morte, o instante do adeus se reveste de um ar de tristeza indescritível.

Alguns nunca superam essa experiência, chegando a carregar aquele sentimento em forma de trauma por toda sua vida.

Que tal pararmos para pensar: Precisa ser assim?

Isso está tão arraigado em nossas crenças pessoais e também em nossa cultura que nem sequer pensamos que possam haver outros caminhos, outras formas de encarar esse momento.

No México, por exemplo, o momento da partida é visto como uma libertação de tudo aquilo que não é relevante na vida, uma desconexão das vaidades e das futilidades.

Os cortejos fúnebres são repletos de homenagens a quem está partindo, celebrações com música e comida.

Sem dúvida, existe a tristeza e a saudade, mas outros sentimentos despontam.

Essa forma diferente de encarar a morte é vista também no Dia de los muertos mexicano, talvez a festa mais famosa dessa cultura. Um dia para lembrar com saudade e alegria todos que partiram.

Em muitas comunidades na África, o funeral é uma cerimônia tão importante quanto um casamento.

Entende-se que, quando alguém morre, a coletividade sente o luto. Então, divide a tristeza com a família do morto.

Pelo continente africano, encontramos velórios que atraem centenas e até milhares de pessoas em cerimônias, que chegam a durar uma semana.

Familiares, vizinhos e até estranhos se juntam à celebração.

Não há um convite oficial. Ao receberem a notícia da morte, os que moram perto aparecem para prestar apoio à família, trazer doações e ajudar os enlutados com a enorme lista de afazeres dos funerais.

Com esses exemplos, o que será que poderíamos fazer para começar a mudar um pouco as nossas tradições, por vezes, ainda tão sombrias e solitárias?

Se já entendemos que ninguém morre de verdade, que estamos passando por um momento de transição, o final de um ciclo e início de outro, devemos ser os primeiros a alterar nossa maneira de agir.

Será que, por vezes, não estamos mais voltados à tristeza dos que ficam do que à nova realidade dos que partem?

Para quem são os velórios e os funerais?

Homenagens são tão belas. Deixar que as pessoas falem, lembrem, abram seus corações.

Deixar que o Espírito que está ali, em processo de desencarnação, receba todo esse carinho num momento tão importante.

Poderá ainda estar fragilizado, o que é natural. Ou talvez desorientado, precisando de consolo e entendimento.

Eis a nossa chance de amar até os últimos instantes aquele cujo ciclo se findou.

Lembremos: finaliza-se um capítulo, uma história, um nome, um rosto. A alma segue igual, carregando tudo que viveu conosco.

Os funerais devem se tornar uma celebração da vida. A vida que deixa o corpo que o Espírito habitara temporariamente, e retorna ao verdadeiro lar para seguir adiante...

Apenas para seguir adiante.


Fonte:  
http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=7053&stat=0 
Redação do Momento Espírita
Em 13.3.2024.


Carpe Diem (Aproveite o dia)

Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para “colha o dia” ou “aproveite o momento”. É também utilizada como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

Vindo da decadência do império Romano o termo Carpe diem era dito para retratar o “cada um por si”, devido ao império estar se desfazendo, naquele momento a visão de que cada dia poderia ser realmente o último era retratado pela frase que hoje é utilizada como uma coisa boa, porém sua origem vem do desespero da destruição de um grande império antigo.

No filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, o personagem de Robin Williams, Professor Keating, utiliza-a assim:

“Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurrar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? – Carpe – ouve? – Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas.”

O poema relacionado à ideia de Carpe Diem, de autoria de Walt Whitman, utilizado como mote no filme:

Aproveita o dia
(Walt Whitman)

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…

                                      *      *      *

Walter Whitman
(1819 – 1892) foi um jornalista, ensaísta e poeta americano considerado o “pai do verso livre” e o grande poeta da revolução americana.

Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/2019/07/28/carpe-diem-o-momento-e-agora-aproveite-o-dia/








quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

VOU TE CONTAR AS COISAS QUE PERCEBI RECENTEMENTE

Que a esquina da minha casa está duas vezes mais longe do que antes...

E há também uma pequena subida que não tinha reparado antes...

Que os degraus da escada agora são bem mais altos...

Que não adianta pedir para as pessoas falarem mais claro, porque agora todo mundo fala tão baixinho que quase nada se entende.

Que as roupas que quero comprar agora são tão apertadas, principalmente na cintura e nos quadris, o que acho muito desagradável.

Que as pessoas mudaram, agora são muito mais jovens do que quando eu era, e por outro lado, as pessoas da minha idade são muito mais velhas do que eu...!!!! Tanto que outro dia reencontrei uma velha conhecida, ela envelheceu tanto... que nem me reconheceu!

Também parei de correr atrás do ônibus, porque percebi que agora ele anda muito mais rápido do que antes!!!

Refleti sobre tudo isso esta manhã, enquanto me arrumava enfrente do espelho...

A propósito, você notou que os espelhos não são mais tão nítidos e claros como eram há alguns anos?

É melhor perder tempo com amigos, do que perder amigos com o tempo.

Por esse motivo, perco tempo com você, pois não quero te perder com o tempo.

                                                                            (Desconheço a autoria)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

O Zelador da Fonte

Em determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.

O cavalheiro com silenciosa regularidade inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, retirava tudo o que poderia contaminar ou atrapalhar o fluxo da corrente de água fresca.

Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina. As plantações eram naturalmente irrigadas, e a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.

Os anos foram passando, e certo dia em uma reunião do conselho da cidade, um dos membros resolveu questionar a necessidade de um zelador para a fonte. De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele homem estava sendo pago há anos, pela cidade. E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma.

Seu discurso a todos convenceu. O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador.

Nas semanas seguintes, nada mudou, mas no outono as árvores começaram a perder as folhas. Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.

Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura. Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens. Os cisnes emigraram para outras bandas. Os turistas abandonaram o local, e a enfermidade chegou ao povoado.

O conselho municipal então, em sessão extraordinária e imediatamente recontratou o zelador da fonte.

Algumas semanas depois, as águas do rio da vida começaram a clarear, os cisnes voltaram e a vida foi retomando seu curso.

                                                *            *            *

Assim como o Conselho da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores.
Aqueles que se desdobram, todos os dias, para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas; os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos.
Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa.
Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los.
Mas, sem seu trabalho, o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.
O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável.
Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.
Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para ser felizes!
Pensemos nisso!


Redação do Momento Espírita, com base no capitulo  O zelador da fonte, de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press - em 24.01.24

sábado, 13 de janeiro de 2024

Cecilia Payne


 “Desde a sua morte em 1979, a mulher que descobriu do que é feito o universo nem sequer recebeu uma placa memorial.” Seus obituários nos jornais não mencionam sua maior descoberta. Todo estudante do ensino médio sabe que Isaac Newton descobriu a gravidade, que Charles Darwin descobriu a evolução e que Albert Einstein descobriu a relatividade do tempo. Mas quando se trata da composição do nosso universo, os livros dizem simplesmente que o átomo mais abundante no universo é o hidrogénio. E ninguém questiona como sabemos.”


Jeremy Knowles, discutindo a total falta de reconhecimento que Cecilia Payne recebe por sua descoberta revolucionária. (via aliteração)
A mãe de Cecilia Payne recusou-se a gastar dinheiro com educação universitária, então ela recebeu uma bolsa de estudos para Cambridge.
Cecilia Payne terminou seus estudos, mas Cambridge não lhe deu um diploma porque ela era mulher, então ela disse para o inferno e se mudou para os Estados Unidos para trabalhar em Harvard.
Cecilia Payne foi a primeira pessoa a obter um doutorado. em astronomia pelo Radcliffe College, com o que Otto Strauve chamou de “o mais brilhante Ph.D. tese já escrita em astronomia.
Cecilia Payne não apenas descobriu do que o universo era feito, ela também descobriu do que o sol era feito (Henry Norris Russell, um colega astrônomo, geralmente é creditado por descobrir que a composição do sol é diferente da da Terra, mas ele chegou a suas conclusões quatro anos depois de Payne – depois de dizer a ela para não publicar).
Cecilia Payne é a razão pela qual sabemos alguma coisa sobre estrelas variáveis ​​(estrelas cujo brilho, visto da Terra, flutua). Literalmente, todos os outros estudos de estrelas variáveis ​​são baseados em seu trabalho.
Cecilia Payne foi a primeira mulher a ser promovida a professora titular em Harvard e é frequentemente creditada por quebrar o teto de vidro para as mulheres no departamento de ciências de Harvard e na astronomia, bem como por inspirar gerações de mulheres a seguirem a ciência.

Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=382775017663489&set=a.174538365153823 - em 09.01.2024