domingo, 17 de março de 2024

Celebração da Vida

Será que a despedida final precisa ser sempre triste e solitária?

Quem já se despediu de um amor, de alguém muito querido, certamente irá dizer que é uma situação muito difícil.

Dependendo do gênero de morte, o instante do adeus se reveste de um ar de tristeza indescritível.

Alguns nunca superam essa experiência, chegando a carregar aquele sentimento em forma de trauma por toda sua vida.

Que tal pararmos para pensar: Precisa ser assim?

Isso está tão arraigado em nossas crenças pessoais e também em nossa cultura que nem sequer pensamos que possam haver outros caminhos, outras formas de encarar esse momento.

No México, por exemplo, o momento da partida é visto como uma libertação de tudo aquilo que não é relevante na vida, uma desconexão das vaidades e das futilidades.

Os cortejos fúnebres são repletos de homenagens a quem está partindo, celebrações com música e comida.

Sem dúvida, existe a tristeza e a saudade, mas outros sentimentos despontam.

Essa forma diferente de encarar a morte é vista também no Dia de los muertos mexicano, talvez a festa mais famosa dessa cultura. Um dia para lembrar com saudade e alegria todos que partiram.

Em muitas comunidades na África, o funeral é uma cerimônia tão importante quanto um casamento.

Entende-se que, quando alguém morre, a coletividade sente o luto. Então, divide a tristeza com a família do morto.

Pelo continente africano, encontramos velórios que atraem centenas e até milhares de pessoas em cerimônias, que chegam a durar uma semana.

Familiares, vizinhos e até estranhos se juntam à celebração.

Não há um convite oficial. Ao receberem a notícia da morte, os que moram perto aparecem para prestar apoio à família, trazer doações e ajudar os enlutados com a enorme lista de afazeres dos funerais.

Com esses exemplos, o que será que poderíamos fazer para começar a mudar um pouco as nossas tradições, por vezes, ainda tão sombrias e solitárias?

Se já entendemos que ninguém morre de verdade, que estamos passando por um momento de transição, o final de um ciclo e início de outro, devemos ser os primeiros a alterar nossa maneira de agir.

Será que, por vezes, não estamos mais voltados à tristeza dos que ficam do que à nova realidade dos que partem?

Para quem são os velórios e os funerais?

Homenagens são tão belas. Deixar que as pessoas falem, lembrem, abram seus corações.

Deixar que o Espírito que está ali, em processo de desencarnação, receba todo esse carinho num momento tão importante.

Poderá ainda estar fragilizado, o que é natural. Ou talvez desorientado, precisando de consolo e entendimento.

Eis a nossa chance de amar até os últimos instantes aquele cujo ciclo se findou.

Lembremos: finaliza-se um capítulo, uma história, um nome, um rosto. A alma segue igual, carregando tudo que viveu conosco.

Os funerais devem se tornar uma celebração da vida. A vida que deixa o corpo que o Espírito habitara temporariamente, e retorna ao verdadeiro lar para seguir adiante...

Apenas para seguir adiante.


Fonte:  
http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=7053&stat=0 
Redação do Momento Espírita
Em 13.3.2024.


Carpe Diem (Aproveite o dia)

Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para “colha o dia” ou “aproveite o momento”. É também utilizada como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

Vindo da decadência do império Romano o termo Carpe diem era dito para retratar o “cada um por si”, devido ao império estar se desfazendo, naquele momento a visão de que cada dia poderia ser realmente o último era retratado pela frase que hoje é utilizada como uma coisa boa, porém sua origem vem do desespero da destruição de um grande império antigo.

No filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, o personagem de Robin Williams, Professor Keating, utiliza-a assim:

“Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurrar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? – Carpe – ouve? – Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas.”

O poema relacionado à ideia de Carpe Diem, de autoria de Walt Whitman, utilizado como mote no filme:

Aproveita o dia
(Walt Whitman)

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…

                                      *      *      *

Walter Whitman
(1819 – 1892) foi um jornalista, ensaísta e poeta americano considerado o “pai do verso livre” e o grande poeta da revolução americana.

Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/2019/07/28/carpe-diem-o-momento-e-agora-aproveite-o-dia/