quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A Águia e o Pardal

O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia. Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração. Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia como fazer. Sentia vontade em ser forte como a águia, mas não conseguia ser. Todavia, não cansava de segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha beleza.

Um dia estava voando por entre a mata e observando o vôo de Yan, quando, de repente, a águia sumiu de sua visão. Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido. Foi quando levou um enorme susto:

Deparou de repente com a grande águia bem à sua frente.

Tentou conter seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o, sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia em sua quietude apenas olhava-o calma e mansamente. Com uma expressão séria, perguntou-lhe:

- Por que está me vigiando, Andala?

- Quero ser uma águia como você, Yan. Mas meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar meus limites.

- E como se sente amigo sem poder desfrutar e usufruir tudo aquilo que está além do que pode alcançar com suas pequenas asas?

- Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho.

O pardal suspirou olhando para o chão e disse:

- Todos os dias acordo muito cedo para ver você voar e caçar. Você é tão única e tão bela. Passo o dia observando.

- E não voa? Fica o tempo inteiro a observar-me?

- Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como você, mas as suas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, você corta harmoniosamente.

- Andala, você sabe que a natureza de cada um de nós é diferente, e isto não quer dizer que nunca poderá voar como uma águia. Seja firme em seu propósito e deixe que a águia que vive em você possa dar rumos diferentes aos seus instintos. Se abrir apenas uma fresta para que essa águia que está em você possa guiá-lo, ela lhe dará a possibilidade de vir a voar tão alto como eu. Acredite!

E assim a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente e completou:

- Andala, apenas mais uma coisa: Você não poderá voar como uma águia, se não treinar incansavelmente todos os dias. O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão a você, possibilitando assim a realização de seus sonhos.

- Se não puser em prática a sua vontade, seu sonho sempre será um sonho. Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites ou crenças e vão atrás de conhecer o que realmente deve ser conhecido. É para aqueles que acreditam serem livres. Quando você traz a liberdade em seu coração poderá adquirir a forma que desejar, pois já não estará apegado a nenhuma delas, será livre! Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se essa for sua vontade.

- Confie em si mesmo e voe! Entregue suas asas aos ventos e aprenda o equilíbrio com eles. Tudo é possível àqueles que compreendem que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na sua capacidade em aprender e ser feliz com sua escolha!


(Desconheço a Autoria)


 

A Janela e o Espelho

 Um jovem muito rico foi ter com um Rabi e pediu-lhe um conselho para orientar sua vida.

O Rabi conduziu o jovem até a janela e perguntou:

- O que você vê através dos vidros?

- Vejo homens que vão e vêm e um cego pedindo esmolas na rua.

Então o Rabi mostrou-lhe um grande espelho e novamente perguntou:

- Olhe neste espelho e diga-me agora o que você vê?

- Vejo a mim mesmo.

- E já não vê os outros!

Repare que a janela e o espelho são ambos feitos da mesma matéria-prima, o vidro. No espelho, porque há uma fina camada de prata colada ao vidro, você não vê nele mais do que a si mesmo.

Você deve comparar-se a essas duas espécies de vidro.

A pessoa de fé e de boa índole vê os outros e tem compaixão por eles.

Coberto de prata, o egoísta, hipócrita e pobre de espírito, vê apenas a si mesmo.

Você só vale alguma coisa, quando tiver coragem de arrancar o revestimento de prata que tapa os seus olhos, para poder, assim, de novo ver e amar aos outros.

 

                                  (Desconheço a autoria)

Tudo vai passar

Eles vão crescer e dispensar nosso colo.
Vai chegar a fase em que os amigos serão mais importantes que os pais.
Que nossas demonstrações de afeto serão consideradas um grande mico.
Que em vez de torcemos para que eles durmam, torceremos pra que cheguem logo em casa.
Que não se interessarão pelos velhos brinquedos.
Que o alvoroço na hora do almoço, dará lugar a calmaria.
Que os programas em família serão menos atrativos que o churrasco com a turma.
Que dirão coisas tão maduras que nosso coração irá se apertar.
Que começaremos a rezar com muito mais freqüência.
Que morreremos de saudade de nossos bebês crescidos.

Por isso...

Viva o agora.
Releve as birras.
Conte até 10.
Faça cosquinhas.
Conte histórias.
Dê abraços de urso.
Deite ao lado deles na cama.
Abrace-os quando tiverem medo.
Beije os machucados.
Solte pipa.
Brinque de boneca.
Faça gols.
Comemorem.
Divirtam-se.
Acorde cedo aos domingos pra aproveitar mais o dia.
Rezem juntos.
Estimule-os a cultivar amizades.
Faça bolos.
Carregue-os no colo.
Faça com que saibam o quanto são amados.
Passem o máximo de tempo juntos...

...assim quando eles decidirem partir para seus próprios voos, você ainda terá tudo isso guardado no coração!


                                                                                  (Cinthia Morallles)