Na casa dos sertanejos era comum
encontrar um pequeno móvel em forma de prateleira, usado para guardar miudezas fixada no alto de uma parede,
onde as mulheres escondiam, fora do alcance das crianças, o carretel de linha,
o pente, o pedaço de fumo, o cachimbo etc. ou então, onde não havia crianças, ficava
jogado (esquecido) no canto do quarto ou da sala. Isso serviu de apelido
maldoso para as moças que não se casavam e por isso se dizia: que ficar no
caritó, era ficar guardada na prateleira,
esquecida, intacta e sem uso ou seja: “ ficou para a titia”, aquelas que não
tiveram nenhum relacionamento amoroso e geralmente se dedicavam à igreja ou a
obras de caridade Nos anos 20 do século
passado, a mulher que chegasse aos 25 anos
e não arranjasse marido estava condenada, coitada, a morrer no caritó.
Existe uma música ( Vitalina bota pó) no estilo “coco/embolada” gravada em 1973 pela
dupla de cantores nordestinos desse gênero, Rafael e Cheiroso, enfatizando de forma irreverente, mas com uma
dosagem de ironia e preconceito, como se comporta uma “Vitalina”.
"Moça velha quando entra no forró/se enrola no caboclo/feito cobra de cipó/ tira pó/vitalina bota pó/ que moça velha não sai mais do caritó"
"Moça velha quando entra no pagode/parece uma onça/quando quer pegar um bode/ tira pó/vitalina bota pó/ que moça velha não sai mais do caritó"
"Moça velha quando vai ao futebol/agita o corpo todo/ feito um peixe no anzol/ tira pó/vitalina bota pó/ que moça velha não sai mais do caritó"
"Moça velha quando vê rapaz solteiro/parece galo velho/dando volta no terreiro/tira pó/vitalina bota pó/ que moça velha não sai mais do caritó"
Para ouvir a musica completa, acesse o link:
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