Ele nasceu em 18 de dezembro de 1930, num povoado chamado “Alagamar”, nas brenhas do sertão Potiguar. Por “ser tão” Potiguar, com licença do trocadilho, sempre honrou suas origens de homem forte, destemido e de uma capacidade incomensurável de lidar com as adversidades e superar os percalços que o destino lhe impôs ao longo de sua trajetória de vida.
É o mais velho dos filhos homens de Dona Olivia Barbosa e Sr. Thomaz de Aquino, agricultor que morreu assassinado por um motivo fútil e banal: ter pego algumas ramas de batata do roçado do vizinho, para usar como mudas para um plantação na vazante do açude local, necessária para subsistência da família. A orfandade, aos 15 anos, transformou-o num arrimo de família. A necessidade de prover o sustento da mãe e dos irmãos mais novos era imperiosa, e a pouca instrução aliada à precocidade etária não foram obstáculos para doravante, trabalhar no cabo da enxada, atuando nas roças da redondeza ou nas frentes de trabalho criadas pelo Governo, como forma de mitigar o desemprego rural ou o êxodo da população haja vista a seca que sempre assolou aquele rincão.
Era uma região difícil, onde a miséria e a fome eram como verso e reverso de uma mesma medalha. Mas com sua garra e determinação acreditou na esperança e na fé em Deus que um dia tudo iria melhorar. E melhorou. Conheceu Maria Hildete, uma guerreira de muita fibra, que está até hoje ao seu lado e sempre teve a capacidade e a sabedoria de dividir e ou atenuar o peso dos muitos fardos que a vida reservou ao companheiro. Teve inicialmente uma vida nômade até se fixar na capital potiguar, onde vislumbrou melhores oportunidades para pavimentar o caminho do futuro e continuar sua lida para criar, e encaminhar os filhos para a vida (foram nove, embora três deles tenha nos deixado precocemente). Com perseverança, obstinação e a sabedoria dos mestres, transformou lágrimas em suor para vê-los voando com suas próprias asas e trilhando, cada um o seu caminho, sem se desvirtuar dos seus ensinamentos, dos valores éticos, morais e familiares. Deus lhe deu longevidade para isso.
Hoje, aos 92 anos resiste em colher os frutos e descansar à sombra das árvores que plantou e fez germinar. Continua desafiando o tempo, sem se preocupar com a hora de a cortina se fechar. Como diz o Salmo 92:14 “Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes”.
Todo o meu aplauso, minha admiração e minha gratidão e reconhecimento para este super-homem, meu pai, Solon Barbosa de Aquino e sua abençoada e Divina missão!
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